Serial Killer - 15º Capítulo "Mini"

Após longos minutos naquela van, que certamente me levava para minha nova “casa”, eu suspirei sentindo a claridade do sol invadir cruamente a van, em seguida a sua imagem, ele estava ali, e eu mal podia imaginar que poderia ser ele, ele deu espaço para que eu pudesse sair, e eu sorri saindo da van.
Eu poderia esperar de tudo daquele homem, com aquele olhar impassível, poderia esperar um abraço, uma ofensa, uma briga prolongada e até mesmo um Adeus, mas não, eu recebi um belo de um soco em cheio. Não poderia esperar mais que uma demonstração de afeto, gemi em dor mas não me deixei cair, eu estava fraca, não comia a alguns dias, um tapa eu cairia, quem dirá um soco.

Levantei a cabeça sem deixar de soltar uma leve gargalhada, sentindo o gosto agridoce do sangue em minha boca.

— Muito bem, não esperava menos de você. —Eu disse em um tom calmo, ele observou-me um tanto nervoso, não ficava parado em um lugar apenas, passava a mão na testa suada e parecia que era seu primeiro ato contra a lei.

— Eu vou ser preso por isso, não sei porque fiz essa merda. —Ele murmurei- Você é uma maluca que pode me matar a qualquer momento mas... Mas eu precisava saber.

— Saber o que? –Encostei-me na van com divertimento- Se eu gosto de você?

— Se você ainda tem capacidade de sentir alguma coisa, se você é capaz de perceber que fodeu com a minha vida e carreira.

— Não. —Desmanchei o sorriso, vendo sua expressão de nervosa mudar para aparentemente desapontada, eu o amava, mas não admitiria isso, esse é o mal do meu lado quase ser humano, eu sou egoísta, eu poderia ter partido, salvado sua carreira e continuado meu trabalho em outras cidades, mas eu fiquei, porque o queria por perto, agora estamos todos na mira de uma pistola democrática, tudo pelo meu egoísmo.

— Como um policial especializado deveria saber que psicopatas são incapazes de sentir emoções.

— Você não é uma psicopata. —Ele negou com a cabeça, caminhando em minha direção, eu respirei fundo, tava na hora de deixar meu egoísmo de lado, e voltar a seguir sozinha, as coisas tinham de seguir seu rumo, eu tinha que seguir como nunca deveria ter parado.—

— Por que você não volta pra sua casa? Vai enquanto não dão conta do seu sumiço, segue a sua vida, você me salvou e ta na hora de me deixar te salvar também... —Cocei a garganta- Comigo, o seu futuro, é a dez palmos do chão. 

Ta minúsculo eu sei, mas é que eu queria focar nesse diálogo, porque talvez a fic vai terminar lá pro capítulo 20. Até o próximo xoxo