Alguns dias depois.
— O julgamento é
amanhã tenente. —Ana murmurou ao meu lado, dando um leve gole em seu conhaque,
eu olhei para fundo do meu copo meio vazio, onde dançavam dois cubos de gelo,
trincando lentamente.
—
Eu sei.
—
Eu sinto muito pelo que aconteceu, não foi sua culpa, ninguém poderia suspeitar
dela. —Ela tocou meu ombro, apertando-o em seguida, eu ofereci-lhe um sorriso
Eu
penso que o que vem atormentando minha mente pode ser tratado com muita
terapia, minha cabeça só conseguia pensar naquela sentença, minha cabeça só
conseguia arquitetar mil e um planos de tirar América da cadeia, eu estava
sendo egoísta ao pensar que eu merecia tê-la? Que ela não podia me deixar pra
ficar presa? E tudo aquilo que sempre defendi? E todos os meus ideais? E tudo
que sempre lutei? Tudo foi por água abaixo por uma mulher, tudo que sempre
defendi agora já não era mais que uma farsa, uma farsa corrompida por esse
maldito amor, creio não conseguir mais controlar meus pensamentos. Tudo que
quero agora é tê-la outra vez, e descobrir quem ela realmente é, se ela é a
doce e indefesa secretária que tem um jeito próprio de fazer amor, ou se ela é
realmente essa serial killer que tem a ideia de que as pessoas precisam de
reparos.
Talvez
ela não seja tão louca, ou talvez, ela esteja me corrompendo com sua loucura
idealista, e eu esteja enlouquecendo junto com ela.
—
Eu preciso ir agora Ana. —Levantei-me deixando o dinheiro no balcão, desvencilhando
de suas mãos.
—
Você não vai depor amanhã tenente? —Indagou, eu neguei com a cabeça.
—
Eles não precisam de mim pra acrescentar mais um ano na sentença dela. —Disse
baixo.
Dia seguinte –
Julgamento
—
Eu condeno América Frauke Clark a 659 anos de prisão e isolamento pelos
assassinatos de Ansel Digory Black, Ezequiel Yong, Kara Born, Diana Bennet,
Eleonor Clark, Kevin Frauke, Scaramouche Kenneth, Kaya Faith, Kyle Fet, Bruno
Should, Kim Deverror, Elizabeth Cool, Scarletth Benson, Jhon Muller, Jennifer
Duff O’conner, Chad Murray, Regina Byrd, Gonzalo Rosman, Samantha Smith,
Charlloth Stivenson, Emily Bryth, Zachary McDonough, Jeffrey O’brien, Sophia
Knighton, Neal Davis, Rosemerie Stones, e pelo assassinato em massa do orfanato
House Of Angels, com base de mais de quarenta e cinco crianças mortas, dez
freiras, e quinze empregados, sem nem um sobrevivente do incêndio.
Mordi
o lábio inferior e segurei uma risadinha, faltavam tantas pessoas nessa lista,
mas descordo por colocarem os nomes dos meus pais, eles não são pessoas, e não
deveriam ser ditas como tal. Como eu imaginava o tenente resolveu não depor, e
resolveu também não aparecer por ali, mas eu tinha certo receio de que ele
poderia não se confundir como planeje.
Bem
a minha frente, na primeira fileira, eu avistei Holly, toda enfaixada e não
deixava de vestir seu macacão amarelo, seus olhos descansaram em mim, eu lhe
ofereci um pequeno sorriso, e em seguida um aceno, de meus pêsames talvez, sua
mãe havia “infelizmente” falecido
após ser atingida por um mine explosivo de agulhas bem afiadas. Me sinto um
bocado mal por ela, se é que esse sentimento um dia existiu dentro de mim.
Ver
Holly toda enfaixada e de laranja, até que me fez ganhar o dia, eu não
assistiria o julgamento dela, mas sabia que ela seria bem castigada por ser uma
garota má contra a pátria.
O
julgamento foi fechado, poucas pessoas podiam entrar por conta de não haver um
grande tumulto, alguém poderia tentar me matar, sair de sua cadeira e correr
até mim com uma faca, é até um bocado engraçado isso, eles me protegem da
morte, para que eu viva como se estivesse morta mas ainda habitando esse mundo.
Ficar presa não me assustava, nada mais me assustava, talvez algo me
assustasse, algo que eu não poderia controlar, me assustava pensar em não ver o
tenente, me assustava pensar que ele poderia se privar até de me fazer uma
visita, só pra repudiar-me, ou dizer o quanto eu era desumana, ma assustava
esse grande fato, me assustava pensar que ele poderia superar, que ele poderia
seguir em frente e me riscar de sua vida. Esse era meu único pesadelo eminente.
Senti
mãos fortes agarrarem-me os ombros, em seguida eu fui puxada para fora daquele
lugar tão hediondo.
—
Você é um ser imundo.
—
Sou não, eu tomei banho ontem. —Resmunguei e em resposta, recebi um forte
aperto no braço, em seguida em meus cabelos que prendiam com um elástico que
achei no chão da cela.
—
Não venha com brincadeiras, sou eu que vou cuidar de você a partir de agora sua
vermezinha. —Ele rosnou
—
Cuidado, eu gosto de dar corda pras minhas vítimas antes de arrancar o pau
delas. — Levantei meus olhos para encara-lo ele puxou outra vez meu cabelo mas
me soltou me deixando andar, até a saída dos fundos, onde fui barrada por dois
homens.
—
Thomas, tem muita gente lá fora, estão em toda parte, não é seguro deixa-la
sair. —Disse um deles, eu rolei os olhos
—
Vamos escoltar ela até a van, temos horários a cumprir. —Ele respondeu
—
Vão nos atacar e atacar a ela Thomas. —O outro mais baixo e loiro quase
choramingou.
—
Quem se importa com esse monte de lixo, Shmuel? Chame mais dois e nos viramos
até chegar na van. —Disse Thomas. Shmuel? Pensei, de repente me lembrei de meu
gato, nas piores noites ele era o único que me ouvia, que me ouvia gritar,
chorar e esperar por uma vida melhor. Quase suspirei com certa nostalgia ao
olhar o rapaz louro e baixinho denominado Shmuel. Ele saiu quase correndo, e eu
com as mãos para trás, só tinha vontade de cruzar os braços em uma espera
terrível.
Ele
voltou, dessa vez com dois homens duas vezes maior do que eles, todos ficaram
ao meu redor, enquanto Shmuel abria a porta da saída. A gritaria e euforia eram
tantas que eu me senti um daqueles astros do Rock que todos ficam loucos, só
que o sentimento era bem ao contrário do que os astros do Rock recebiam, eles
vestiam blusas dos mortos, cartazes dos mortos, e aposto que mal conheciam os
mortos, estavam apenas fingindo se importar. Esse é o grande problema dos seres
humanos, eles fingem, fingem sorrisos, fingem sentimentos, fingem se importar,
fingem,fingem, fingem todos os seres humanos são uma grande farsa, e quando um
deles morre se dedicam por remorso, aquelas pessoas segurando cartazes sentiam remorso,
remorso por não terem sidos verdadeiros quando os mortos estavam entre nós, e
aqueles que não conheciam as vítimas, só estavam ali por pena dos que sentiam
remorso, ou nem por isso, eles só queriam ver a grande serial killer sem
coração de perto, só queriam fingir indignação de perto.
Me
sinto bem quando dizem que não sou humana, eles tem razão, porque eu não faço
parte dessa raça de fingidores, não faço parte dessa raça destruída por eles
mesmos, me recuso a ser.
Quando
chegamos na van empurraram-me para dentro da mesma, era preta e quase não dava
para ver o motorista, ninguém entrou comigo, apenas eu e o motorista a frente,
que eu não podia ver pois havia aquela divisória de vidro escuro que nos
separava. Também não me importei, só queria entrar na minha cela, dormir, e
esperar que Justin fizesse algo como mandava meu plano.
DEMOREI MAS CHEGUEI, COMENTEM ESSE BAGAÇO SE NÃO, NADA DE CONTINUAÇÃO BELEZINHA?
Finalmente *-*... Tenho para mim que o Justin é o motorista e que ele a está raptando. Sério demais. Mas qual será o destino de América, agora? Continua! - (Sophia)
ResponderExcluirFINALMENTE CARALHOOUUU AQUI É CERIAL QUILER PORRAAA.. foi mal me “enpolguei” kkkk mas enfimm.
ResponderExcluirAté que enfim né criatura ^ - ^
ContinuAAAAAAAAAAAA!!!
- Erika =}
P.S. Continua essa bagaça LOGOO hein.. Hum