2.Paranoia - Quero voltar para faculdade

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Nada a ver com a postagem, mas Larry lacra, chorem
- Que garoto, Grace? Não havia ninguém -eu segurei-me para não entrar em panico, aquilo não podia estar acontecendo, eu havia tomado os remédio certos, e no horário certo, as alucinações não deveriam voltar. Eu sorri em uma tentativa de tentar disfarçar o nervosismo
- Que cabeça a minha, você esta certa não havia ninguém -falei e a mesma franziu a testa
- Ok... Bem eu estava indo a sua casa te buscar para um café
- Eu estava indo para lá também. -forcei um sorriso, mas minha cabeça latejava, no caminho a cafeteria eu não conseguia me concentrar no que ela dizia, só oque me vinha a cabeça era ele, quem seria ele, e oque ele queria, e porque ele queria. Ela pediu nossos cafés e nos sentamos ao lado de fora da cafeteria, Anna era a única amiga que me sobrara depois que comecei a ver essas coisas, muitas pessoas se afastaram, muitas caçoaram, muitas nem se quer lembraram que um dia me chamaram de "amiga".  
Já na cafeteria, tomei um gole do meu achocolatado com avelã e bati com as pontas dos dedos em cima da mesa nervosamente.
- Como você esta, Grace ? -Perguntou-me ela acendendo um cigarro
- Acho que bem -Falei
- Tem recebido muitas visitas?
- Não, na verdade desde que larguei a faculdade não vejo ninguém.
- Eu sinto muito.
- Esta tudo bem, acho que é melhor assim -suspirei e bebi mais um gole, ela soltou uma fina fumaça do seu cigarro, e sorriu com o canto direito dos lábios
- Desculpe não estar indo tanto a sua casa, você sabe época de exames.
- Eu tenho passado a semana inteira na clínica, vou quase todos os dias
- E tem melhorado?
- Sim -murmurei
- Isso é bom, talvez sua mãe deixe você voltar para faculdade -ela murmurou e eu desviei o olhar para meu copo
- Não acho que isso seja possível
- Como não, Grace? Você não pode passar o resto da sua vida com medo, dentro de casa e dentro daquela clínica.
- O problema não sou eu, Anna. -suspirei- São as pessoas, elas não querem uma esquizofrênica por perto
- Mas você vai deixar de viver por causa das pessoas?
- Minha psiquiatra não me deu permissão para isso ainda
- Você perguntou a ela se podia ?
- Não -falei-  mas se ela achasse que eu deveria voltar a estudar ela provavelmente diria "Por que você não volta a estudar, Grace " -sorri em uma tentativa falha de imitar o tom de voz doce da doutora Katherine
- Eu acho que você esta totalmente bem, Grace.
- Talvez -murmurei.

* * *

- Um pesadelo -me afastei novamente sentindo os raios de sol tocarem a cortina, estava cansada daquilo, cansada de ter medo de fechar os olhos e ter a sensação de estar morrendo - Só um pesadelo
- Você deixou de tomar os remédio na noite passada?
- Não -falei me levantando- Pesadelos são normais, mamãe
- Não quando você começa a se bater como se tivesse tendo uma convulsão, Grace -ela se levantou também
- Desculpe -sussurrei
- Desça para o café, e diga sobre esses pesadelos a doutora Katherine hoje, ela precisa saber
- Ok, mamãe


Era incrível, eu tinha vinte anos e continuava a morar com minha mãe, ser tratada como uma criança, e ter de viver somente com eles, eu não queria me privar do mundo, eu queria poder me mudar, queria ter uma vida normal, e não ser olhada como uma doente tão desprezível como um louco de verdade. Arrumei-me para ir para clínica e desci, Beijamin dessa vez estava em casa, estava na hora do mesmo ir a escola ele sorria docemente enquanto se lambuzava com a tigela de cereal.



- Oi Grace -ele acenou com a colher para mim e eu sorri sentando-me ao seu lado

- Ué cade seu pai? -perguntei bagunçando seu cabelo
- Para Grace, eu tenho que ir pra escola, a tia Emma arrumou -ele disse emburrado
- Cade seu pai e mamãe ?
- A tia Emma esta la encima, e papai foi trabalhar
- Já ?
- Haham
- E quem vai te levar pra escola ?
- A tia Emma


* * *



- Oque tem a me dizer hoje? -Perguntou a doutora Katherine e eu olhei para meu dedos entre-lassados encima do meu colo

- Vi um garoto -murmurei
- Um garoto?
- Ele não é exatamente um garoto ele parece ter vinte anos, e tem a aparência de alguém que sofreu um acidente, e é estranho, mas também de longe muito ... bonito. -Sussurrei a ultima parte meio acanhada
- Acha que ele é real ?
- Acho -suspirei
- E onde o viu ?
- Eu tenho o visto a semanas, bem ali naquela praça -apontei para a janela aberta que dava de encontro a praça - Ele sempre estava ali, sentado observando o balanço azul, indo para frente e para trás, rangendo tão alto e agudo a ponto que eu pudesse ouvir parada no meio fio  -suspirei e desviei meus olhos do seu olhar observador, ela balançava a cabeça e passava o dedo indicador no queixo, era sempre a mesma coisa, ela me ouvia falar, e não me dizia nada que pudesse mudar a situação- E a duas noites ele simplesmente ... Apareceu no meu quarto , ontem .. Ontem eu esbarrei com ele na rua, e quando eu disse a Anna ela disse que não tinha ninguém -suspirei
- Então você acha que só você o vê?
- Não.. Não, ele é real, eu sei que é.
- Você falou com ele quantas vezes?
- Duas
- Ele disse o nome dele? Quem ele era?
- Ele .. Ele disse que não sabia quem era
- Você tem tomado os remédio na hora certa, Grace? Talvez seja isso
- Não .. Não é, eu juro que ele existe, juro que outras pessoas podem vê-lo
- Se ele aparecer de novo -ela murmurou inclinando-se na mesa- Pergunte a ele o nome dele, de onde ele vem.
- Eu não quero que ele apareça
- Mas você não disse que ele era real, Grace ?
- Mas ... Mas tenho medo de que não seja
- Tome os remédio na hora certa, não deixe de tomar nem um deles.
- Ah -falei lembrando-me da conversa que tive com Anna no dia anterior- Acha que seria uma boa ideia eu voltar para faculdade ?
- Oh -ela sorriu - É um paço muito grande a ser tomado, você acha que pode ?
- Talvez -mordi o lábio inferior
- Acha que esta pronta para tentar isso ?
- Eu não sei. Não sei se as pessoas ainda vão me olhar como se eu fosse um animal
- Quer esperar mais um pouco?
- Não, talvez até ter a certeza de que ele é real e que não estou voltando a ter alucinações .
- Tudo bem. Mas lembre-se que nada disto é realmente real.
- Eu voltei a ter pesadelos, e isso esta preocupando mamãe
- E como são?
- Em todos eu estou morrendo, afogada, queimada, ou enforcada .. Dessa vez eu estava fora de um carro que havia acapotado -suspirei e olhei para a janela- Eu morro em cada pesadelo, mas em formas diferentes.
- Talvez seja fruto dos seus pensamentos enquanto você esta acordada, na maioria das vezes você sonha com oque você pensa durante o dia -ela levanta o óculos no nariz - Você pensa muito na morte, Grace?
- As vezes -continuei a olhar para a janela- As vezes enquanto estou acordada penso em como seria morrer por uns dias, mas ai quando eu realmente morro nos sonhos eu me agarro a vida e tenho medo de pensar na morte


* * *



Lá estava ele, parado perto ao balanço, que rangia indo para frente e para trás, para frente e para trás, ele observava o balanço com tanta cautela e doçura, eu quis ir lá, quis ir falar com ele, mas ao mesmo tempo não queria chegar perto dele, ele tinha algo que deixava-me apavorada e amedrontada, agarrei-me ao meu casaco e olhei para chão quando senti um forte vento fazer balançar meus curtos cabelos, voltei a olhar para o garoto na praça perto ao balanço azul mas o mesmo já não estava mais lá.



- Você disse que não me observava -Uma voz fez-me virar em quase um pulo para o lado, e ele estava bem ali ao meu lado, tão pálido como da ultima vez que eu o vi, tão estranhamente encantador como a ultima vez que o vi. Os lábios rachados, os olhos cansados, e o cheiro de terra molhada com um leve vestígio de baunilha, ele tinha.

- Meu Deus -eu disse assustada. - Eu não estava te observando
- Estava sim, você sempre me observa.
- Por que você sempre fica ali, parado observando o balanço? -perguntei levantando a cabeça para olha-lo, ele era alto
- Pensei que não queria falar comigo.
- E não queria -murmurei- Eu não sei quem você é, nem oque é.
- Eu sou gente, ora
- Pois não parece -falei
- Sou gente como todo mundo é gente.
- Então por que minha amiga não te viu ?
- Por que ela é tola, Grace -falou- Ela não tem oque você tem
- Oque eu tenho? -Perguntei e quando ele estava preste a responder-me vi o carro de mamãe parar a minha frente, quando voltei a olha-lo, novamente ele não estava mais la. Novamente ele havia sumido. Que diabos ele é? Oque ele queria dizer ? Suspirei e entrei no carro de mamãe que olhou-me calada por um longo tempo .
- Você estava falando sozinha, Grace? -ela perguntou
- Sozinha? Claro que não
- Grace, eu vi. Você estava falando sozinha.
- Não estava mamãe, eu não estava falando sozinha.
- Esta atacando -ela murmurou apertando a mão ao volante- Como você quer que eu pense que não tem nada se esta falando sozinha?
- Droga eu não estava falando sozinha, agora faz o favor de ligar essa porcaria de carro e irmos embora.
- Vamos -ela pois o carro para funcionar e eu abri a janela do carro.. Não entendia porque tal tinha que ser assim, porque eu tinha que ser assim? oque ele era?  isso não podia estar acontecendo, porque ele esta aqui? Ele não existe, e agora esta comprovado, porém não queria que ele fosse apenas fruto da minha imaginação, não queria que ele fosse uma alucinação, talvez fosse o fato da solidão, e então eu o criei. A solidão pode fazer isso com alguém com problemas, a solidão deixa louco até quem não sofre de esquizofrenia, e talvez seja isso, talvez eu deveria voltar mesmo para faculdade, e termina-la. Talvez as pessoas já tivessem se esquecido do que aconteceu.
- Eu quero volta para faculdade -falei a olhando, ela não tirou a atenção da estrada por um longo tempo, sabia que havia chateado-se-
- Não, você não quer
- Eu tenho vinte anos eu não tenho que ficar perdendo a minha vida dentro de uma clínica, mãe. Eu sou normal, sou uma pessoa como qualquer outra -suspirei- Eu sou gente como todo mundo é gente.
- Você acha que será uma boa ideia mesmo voltando a ter ataques? A ter pesadelos? -Respondeu-me firme olhando-me agora.- Você não vai voltar para a faculdade, Grace
- Você não pode me impedir de viver
- Estou te poupando, só isso.
- Esse é o problema, eu não quero que me polpe de nada, droga mãe eu tenho vinte anos e ainda sou virgem, nunca tomei um porre, nunca nem tive uma experiencia lésbica como toda droga de garota de vinte anos tem, eu nunca fiz nada que uma pessoa normal faz mãe.
- Você não é qualquer garota de vinte anos, Grace -ela gritou estacionando o carro e sai batendo a porta, eu iria para faculdade, eu faria essa alucinação parar sozinha, ele não voltaria mais. E eu não precisava da autorização dela para faze-lo, eu precisava mostrar a ela que eu era uma pessoa de vinte anos normal como qualquer outra .
Whats upp chicas??? O que acharam do capítulo? Bom, estou um pouco sem tempo pra escrever Serial Killer, na verdade estou meio sem inspiração pra falar a verdade, but ainda essa semana dou um jeitinho. Sobrer Wather Dear Natch, eu não sei quando poderei postar outro capítulo. Então é isso babes, deem uma olhadinha na one que eu fiz. Erika, sério que você achou desagradável? kkk, eu achei tão fraquinha, tão bobinha, mas fazer o que né. 

4 comentários:

  1. Continua.Quero ver até onde irá essas alucinações da Grace. - (Sophia)

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  2. PERFECT <3
    A Mãe dela tem que deixar ela viver néh, manter ela dentro de casa o resto da VIDA?? Aí num dá néh..
    ContinuAAAAAAAAAAAAAAAA
    - Erika =)
    P.S. Eu achei desagrádavel porque, veja bem, PORRA ela foi "sequestrada" por um maniáco, que vai fazer ela de "Lollita Doll" pro RESTO da VIDA?!?!
    PORRA isso é "meio" pertubante néh.. Pelo menos pra mim.. kk
    Maass.. Gosto de histórias assim..
    <3 Love You <3

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  3. Amélie, você ainda irá postar 'Garota de vidro'? Quero continuar a lê-la e queria muito que você continuasse a escreve-la. Ela é uma de suas melhores fics! E quero ver o Erik :D - (Sophia)

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    1. Jesus eu me esqueci de mencionar que iremos excluir o blog. Mas eu sempre dou um jeito pra todas as minhas leitoras então eu vou postar o rascunho completo da fic quase toda completa no meu outro blog. E quando eu fizer isso te aviso ok?

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