1. Paranoia - Quem é ele?

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Era a quinta vez naquela semana que eu percebia aquele estranho garoto sentado perto ao balaço da pequena praça abandonada em frente a clínica onde consulto-me diariamente. Dessa vez consegui vê-lo totalmente, era estranho, ele sempre ficava na mesma posição, observando o balanço fixadamente, o balanço que com o vento ia para frente e para trás bem devagar. 
Do outro lado da praça eu podia velo com bastante clareza, não o conhecia, e nunca tinha o visto na clínica. Parada no meio fio despertei-me dos meus devaneios quando mamãe parou o carro em minha frente, quando voltei os olhos para o garoto ele já não estava mais lá, respirei fundo e entrei no carro, mamãe olhou-me e sorriu.
- Oque estava olhando? -perguntou pondo o carro para funcionar
- Nada, não é nada.
- Como foi a consulta hoje?
- Normal -balbuciei-
- Fez novos amigos no grupo? -Indagou com animação 
- Não.
- Suas respostas curtas me assustam querida, ha algo de errado? -perguntou-me tristemente .
- Não mamãe, esta tudo bem -respondi e sorri para a mesma na tentativa de tranquiliza-la 


*  *  * 

cortina preta do meu quarto balança com o vento que entrava pela janela entre aberta. Eu podia sentir o vento frio que adentrava o quarto e não conseguia concentrar-me no livro que li. Imagens destorcidas vinham-me a mente em intervalos vagos. Já estava na hora do meu remédio, esse poderia ser o problema. Fechei o livro e deixei-o  em cima da cama, respirei fundo e tonteei pondo a mão na testa, o suor frio havia voltado. Caminhei até a gaveta e peguei meus comprimidos. Engoli ambos e novamente suspirei, com aquelas cenas estranhas e paralelas voltando a minha cabeça eu não sabia como poderia provar a mamãe como eu havia melhorado e que ela não deveria mais se preocupar comigo.


- Esses remédios não vão te fazer melhorar -uma voz fez-me virar-me bruscamente e senti meus batimentos saltarem. O garoto que costumava ficar observando o balanço rangente e azul da praça em frente a clinica estava ali, bem a minha frente. 
- Mas ... Mas .., Oque? Como você conseguiu entrar aqui ? -gaguejei e estava a ponto de ouvir um grito rasgar-me a garganta sem a minha permissão, mas fiz de tudo para conte-lo.
- A janela estava aberta -ele disse e sua expressão era como se aquilo fosse uma coisa normal.
- Quem é você? E porque você esta aqui?
- Eu sei que você tem me observado -ele falava de uma maneira pausada e lenta, como se estivesse aprendendo as palavras, como uma criança de 5 anos
- Observado você? -novamente gaguejei.
- Quando termina sua sessão na clínica -Ele começou, divagando e suas palavras lentas- você para no meio fio e me observa como se eu fosse algo magnifico.
- Eu não sei do que esta falando -murmurei pondo uma mecha de meu cabelo para trás da orelha, na tentativa de convencê-lo daquilo.
- Você mente, não deveria mentir -ele sentou-se no pé da minha cama e eu me agarrei a comoda atrás de mim.
- Oque você quer? -o medo em minha voz era notável, ele levantou a cabeça e olhou-me dentro dos olhos pela primeira vez, o ranger da porta me assustou, mamãe entrava pela mesma, com biscoitos e um copo de leite. 
 Eu a olhei e ela parou onde estava, meu coração parecia saltar de dentro do peito, quando olhei para o pé de minha cama já não havia mais nada, só o vento forte tocando as cortinas.
- Com quem você estava falando?
- Com... Com... -respirei fundo e relaxei minha mão que segurava com força a como atrás de mim - Com ninguém
- Eu ouvi você dizer algo, Grace.
- Oque? -eu dei um risadinha nervosa- Claro que não mamãe, eu só estava cantando, isso cantando, eu gosto muito dessa musica. 
- Hun -ela murmurou e depois de alguns segundos olhando-me com a testa franzida finalmente deu-me um sorriso tranquilo e caminhou até minha cama com o prato recheado de biscoitos e o copo cheio de leite morno. - Você tomou os remédios, Grace?
- Acabei de tomar -sorri pegando o prato de biscoitos e o copo de leite de suas mãos.
- Você deveria toma-los na hora certa querida.
- Ora mamãe, eu tomei com vinte minutos de atraso apenas.
- Mas não devia.
- Desculpe -suspirei
- Não se desculpe -ela sorriu- Durma, a mãe da Anna disse que Anna viria passar o dia com você amanhã
- O.k -ela beijou-me a testa e saiu encostando a porta . Sentei-me na beira da cama e olhei para a janela ainda aberta fazendo as cortinas se agitarem. Era algo difícil de explicar, como ele havia entrado e como ele havia saído tão facilmente e rapidamente da li.

* * *

Eram nove da manhã quando uma respiração pesada fez com que eu acordasse de um pesadelo onde eu tinha sangue em minhas mãos, e observava um carro amaçado no meio da rua, no pesadelo havia três pessoas dentro do carro, completamente estraçalhadas, eu podia ver uma cabeça fora do corpo, abri os olhos e não havia ninguém ao meu lado, fechei os olhos com força , talvez fosse coisa de minha cabeça. Os raios de sol iluminavam o quarto através das cortinas marrons do quarto e era quase doloroso abrir os olhos novamente. Levantei-me e desci as escadas encontrando mamãe ao lado de Patrick, seu noivo.
- Mamãe? -a chamei e ela sorriu tirando os olhos de Patrick- Onde esta Beijamin? -perguntei referindo-me ao filho de Patrick, ele tinha 5 anos e gostava de me acordar pela manhã, mas ele nunca fora tão rápido a ponto de sair antes que eu pudesse até mesmo abrir os olhos. 
- A mãe o levou hoje pelas 7:00, ela disse que o levaria para casa dois avós -Respondeu Patrick por mamãe e eu parei ao ouvir tais palavras- 
- E quem estava no meu quarto agora ? -perguntei e eles olharam-me como se eu estivesse perguntado algo insano. 
- Não tem ninguém em casa querida, eu e Patrick não subimos -respondeu-me ela e após segundos eu resolvi convencer-me de que poderia ser apenas o vento. 
- Por que ? Havia alguém lá encima ? -Patrick levantou-se. 
- Não -disse um pouco alto, eu não queria preocupa-los- Não é nada eu só achei ter sentido alguém me acordar, mas não se preocupem, não foi nada de mais


Mamãe sorriu caminhou até mim e beijou-me a testa . Aquele era um modo dela dizer que eu deveria tomar meu remédio no horário certo na noite passada. Pergunto-me oque á de errado comigo , por que sempre sinto que estou sendo observada? Por que sempre parece que á alguém ao meu lado? Mas que na verdade não a ninguém, não a perigo, e esse maldito medo que me impede de ter uma vida normal que eu seja alguém normal. 
  Tomei meus primeiros remédios e após a saída de mamãe e de Patrick para a caminhada costumeira deles pela manhã eu vesti meu casaco moletom preto e calça jeans antes de sair para ir a cafeteria . Era domingo o sol estava começando a esquentar, passando pelo parque percebi pessoas felizes, percebi crianças brincarem e queria voltar a brincar daquele jeito , mas não podia, não se pode voltar no tempo.
  Uma barreira a minha frente fez-me voltar dois paços para trás, eu havia esbarrado em um garoto. Ele tinha a pele tão clara como leite, olhos claros como mel, um corpo visivelmente esguio e franzido, e vestia-se de maneira tão desgrenhada como se tivesse acabado de sofrer um acidente, porem tinha aquele aroma fresco de terra molhada e um tom a mais com vestígio de bocadinho de baunilha.


- Me desculpe - Murmurei ele olhou-me e parecia nervoso, eu o olhei novamente com mais cautela, era ele, sim fora ele quem estava em meu quarto - Você
- Eu -ele murmurou
- Você esta me seguindo ? Quem é você ?
- Eu .. Eu não sei -ele murmurou novamente em um tom baixo- Como você pode me ver? 
- Oque? -Perguntei e alguém interrompeu-me pondo a mão em meu ombro e virei-me para ver quem era
- Grace? -Era Anna, eu a olhei e depois voltei a olhar para o garoto a minha frente, mas ela já não estava mais ali, ele havia sumido, sumido tão rápido como na noite passada - Oque você estava fazendo ai parada? -Perguntou-me com um olhar cauteloso
- Eu esbarrei em um garoto -falei - Eu estava falando com ele
- Que garoto, Grace ? Não havia ninguém

Hey honey, gostaram do novo lay? Eu tentei achar um do Justin but, não achei, e esse do 1d ficou era tão fofo que não resisti. Bem, vamos cá ao capítulo, o que vocês acharam? Espero que tenham gostado. 

5 comentários:

  1. A-M-E-I-EEEE <3
    Sériooo tá MUITOO boa essa Fic..
    ContinuAAAAAAAAAAAA
    P.S. Tô "meio" confusa sobre o Juxtino nessa Fic kkk Mais enfim.. <3

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  2. Amei tanto o layout, quanto sua fic. Parabéns! Está muito bom mesmo. Você se inspirou no livro "A culpa é das estrelas", porque há algumas coisas em comuns, são pequenas mais há, você apenas inverteu os papeis. Mas, enfim eu realmente gostei :), continua! - (Sophia)

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    1. Bom, eu escrevi essa fic a mais de um ano pouco depois de ter lido o livro e dando uma olhada agora eu acho que ha uma semelhança. Mas é quase inexistente.

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    2. Você gostou do lay??? caramba eu fiquei meio receosa em por, por ser do 1d mas fico feliz por ter agradado <33

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